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terça-feira, 23 de novembro de 2010

NO AMANHÃ


É tão dificil viver do momento.
Como se o amanhã não existisse.
Assim  manda que façamos, que aproveitemos...
Agora entendo porque poucos obedecem.
Todo momento vivido só no instante presente, sem prolongação ilusória, sem planos para o futuro, não é o bastante para alimentar a alma sedente de amor.
Que Deus me perdoe, estou vivendo no amanhã.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

UM MILAGRE DE PRIMAVERA



Eu mentia e te sorria

Com inocência, eu o chamaria,

Por qualquer nome que pudesse

Eu mentia fugindo à minha sina

De amar quem não me queria.



Era verdade a minha mentira

Eu sofria na agonia,

Martírio maior não havia

Do que ver teus lábios ao léu

Longe de tudo que me parecia céu.



Era dia quando encontrei a verdade

A verdade doída;

A verdade de quem não se anima.

Era crua e cruel

Teu véu caindo; me dilacerava em fel.



Eu me embriaguei no teu beijo insano

Ensinei-me a cumprir com as metas

Não te espero mais curvada na janela

Espero sim um milagre de primavera.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

POR VOCÊ SIM


Por você sim, preparei meu coração

Com todo cuidado, nivelado á maior desvelo.

Para que nos versos dos meus sorrisos

Teu amor, meu amor pudesse tê-lo.



A cada instante creio mais em teus pensamentos,

Que vagam eu sei, nas cores do teu olhar,

Teve em mim espectador atento

De cada um deles eu quero cuidar.



Hoje você vai passando pela vida

Como quem nunca mais voltará;

Por caminhos que por mim já não passam

Mesmo assim te vejo a cantar.



Certo, eu sei muito mais que um dia imaginei,

Pois, sejam quais forem os meus legados e abraços

Tão bem ou tanto mal te façam,

Um dia ainda te direi: bem vindo outra vez!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

TARDE DEMAIS



Você se lembra de estradas empoeiradas desaparecendo no vento de nossas viagens, fugas do muro, dos joguinhos de sedução, de como fogueiras faziam companhia, de como tudo parecia fácil? Você se lembra do espelho comprado em um pequeno hotel do interior? Você se lembra de como eu pensava que sabia cantar todas as musicas em inglês... De como você ficou aflito quando queimou os pés na sauna de uma pousada no fim do mundo e eu era a única que poderia dirigir seu carro para buscar remédio.
Mudando de assunto, eu feri seu coração, por favor me perdoe pois nunca, jamais, em hora alguma, essa foi minha intenção, mas você feriu o meu!
Seria muito tarde para pedir desculpas por todas as vezes que eu quis te dar um sorriso, mas fechei meu semblante em uma tentativa insana de te punir?
Eu simplesmente não consigo mais agir como se nada estivesse acontecendo, como se o acaso fosse o grande vilão, como se fosse natural ficar sem te amar.
Em hora alguma eu imaginei ficar sem você, seria tarde demais para pedir desculpas por estar ausente quando você mais precisou de mim?
Você se lembra como comer pipoca e ver filme parecia um programa de parque de diversões? Se lembra das risadas loucas de tirar lagrimas nos olhos, que dávamos rindo um do outro? De como você sempre me pegava em minhas tentativas inúteis de ser mais esperta do que você?
Eu só quero pedir desculpas mas sinto muito medo de encarar seus olhos silenciosos e finalmente ter a certeza de que você encontrou um outro amor pra consertar o que eu quebrei.Ainda tento escrever aquelas mágicas palavras que vão me trazer você de volta, correndo sem cavalo mesmo, assim, devagar, do seu jeito.
Agora que tudo faz mais sentido, você se foi. Talvez isso prove que nos iludimos, ou que eu sempre estive errada.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O MOTOQUEIRO



É dia de te ver. Resolvi ser casual. Não entendo a mania que os homens tem de querer mulheres com unhas pintadas a “Renda”, rasteirinha delicadas nos pés pintados a “Renda”, vestidinhos floridos, cabelos comportados, sorrisinho estampado: “não sou mais virgem mas posso fingir”.
Sim, foi assim que me fantasiei. Tava afim. A fim de fazer o típico papel – hoje posso te agradar. Sem dizer que animo para grandes produções não era o lema do meu dia. Tava afim de não estar afim, por puro desprazer mesmo. Não era falta de inspiração, era um querer não ser notada.
Me sentia tão leve naquele vestidinho florido estilo saída de praia, lembrando um momento “woodstock” que não vivi.
Tão romântico seria senão houvesse dito tudo que fiz pra chegar até esse ponto. A loucura do dia foi não ter que esperar muito pra que ele me buscasse.
Nossa, deve ser sorte que veio junto com o modelito “new age” virgem que incorporei.
Fui para a porta da rua. Passava caminhonete preta, roxa, azul cor céu, marrom burro fugido, mas na mensagem dizia que ele já estava a caminho. Eu só não esperava por aquela buzina baixinha do outro lado da avenida.
Só podia ser pra mim. A miopia às sete e meia da noite de um horário de verão, parece algo como cegueira parcial. Espremi meus olhos e pude ver um capacete balançar em minha direção. Era vermelho com preto... Era um capacete mesmo! Em cima de uma gigantesca moto e por trás de um capacete preto, havia ele fantasiado de motoqueiro fantasma. Aí que vontade sumir!
Por fração de segundo lembrei da imensidão do meu guarda roupa, de como eu poderia ter me fantasiado de motoqueira feliz e desencanada, com jaqueta de couro e bota de cano alto. Como não pensei na hipótese de ficar mais sensual, mais selvagem, afinal “Born to be Wild” toca no meu MP3.
Não, ali estava eu vestida de virgem. Era muita irônia para meu pouco sarcasmo.
Admiti. Uma admissão física. Sorri e caminhei até ele. Quando peguei o capacete já estava sorrindo sem graça, forçando meus 28 músculos do rosto e eles pesavam quilos! Ele estava tão animado com a surpresa que havia me feito. Cedi! Subi na moto, me agarrei a minha enorme bolsa rosa flúor, à seu tórax forte com uma outra mão, à garupa com a outra...eu criei tanta mão, que me sentia a própria “Shiva”. Realmente eu estava casta, como uma evangélica saindo de moto do culto. Pensei até em me sentar de ladinho.
De duas uma. Ou ele me ama ou até hoje esta rindo de mim. Tão autêntica tão perua, tão madura... Tão ridícula no meu jogo de sedução.
Foi um belo passeio de moto. Mostrou quem esta no comando tanto da moto quanto do relacionamento: O motoqueiro, claro!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

APOLO ADORÁVEL


Eu te procuro Apolo
Onde andaras teus passos?
No emaranhado dos meus cabelos vermelhos
Eu ainda sinto o teu cheiro.
Ó Apolo que belos traços
Trazes contigo sempre uma boa recordação
Como homem de poucas palavras
Entregas-me devagar tua paixão.
Porque foges de mim Apolo?
Se eu não posso ser tua não serei de mais ninguém...
Nos campos floridos do meu coração
Cultivo as tuas ações.
Onde andas Apolo?
Que ainda não veio habitar meu mundo.
Nas curvas sinuosas do meu corpo
Muitas vezes tu perdeste o rumo.
Volte logo Apolo,
Trazendo-me sorrisos em tuas mãos e
Tu vens rasgando o meu peito de emoção.
Escute-me Apolo,
Faça de minha voz uma canção
Eu estou guardando um maço de esperanças em tua audição.
Um anjo, Apolo
Anunciou-me a felicidade
Veio alado da mais doce paz
Único e encantado, o meu anjo Apolo.
Em meus frenéticos pensamentos
Escuto a todo o momento seu nome,
Apolo onde esta você agora?
Além de aqui, nas minhas memórias...

APROVEITE O SILÊNCIO

Quando me lembro de como é tocante seu sorriso, de como sua presença simplesmente me acalma, de como suas mãos resumem o pouco que sei do que é carinho, eu desejo deixar um legado pra você, algo como fazer uma canção e dizer: _ Pode contar pra todo mundo que essa é a sua canção!

E assim quem saiba te orgulhar com meu amor. Esse meu sentimento tão falado, tão repetitivo, porém poucas vezes verdadeiramente demonstrado.
E só eu sei quanto amor eu guardei, esperando o momento certo para te dar. Egoísmo meu querer te dar o que ninguém ainda te deu. Quem sabe um amor azul, uma casa de paredes azuis cor céu.
Não, não devo aguardar essa hora chegar, essa luz acender, esse estalo soar... O amor já mora aqui e isso basta!
Vou distribuí-lo para o mundo, vou fazer corações vazios se encherem de esperança ao me verem tão reluzente, tão animada e disposta. Vou desenhar arco-íris em cartolinas, vou fazer com que todos possam sentir a força desse sentimento. Vou fazê-lo útil.
Não é que você não mais o mereça receber, talvez sua música apenas não esteja tocando em mesma sintonia que a minha. Quem sabe, quando você perceber terei feito muitas casas azuis céu, abrigado muitos sentimentos sem teto, cultivado jardins afora... Assim seus olhos possam se abrir pra luz desse amor, vendo valer todo esse calor.
Minha lei é o construir. Me envolvo e me divirto com isso. Me embrulho em devaneios e coloco em prática cada bom pensamento surgido.
A sua canção de amor eu componho todos os dias... Em silêncio!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

UTI EMOCIONAL

Tenho pensado. Mais que tudo pensado mesmo. Daquele jeito que fazemos quando praticamente agimos em pensamento.
Começo a ver os fatos se repetindo em minha vida e percebo que talvez esteja fadada a morosidade sentimental.
Acabo de fazer um teste daquele tipo “quiz” de internet. Aqui diz que vou morrer em 8 de janeiro de 2025, e que o motivo da morte é “amor perdido”. Vou me sentir solitária e então vou querer me matar de tanta dor.
Morrer com 42 anos, definitivamente não estava em meus planos! Logo agora que estava pensando em dar um up em minha vida, remodelar o corpo e colocar as feridas em seu devido lugar, buscar meus sonhos. Não sei se essa notícia me deu fôlego ou me desanimou.
Melhor não me ater a esses pequenos detalhes.
E pensando no que realmente interessa o presente, escrevo mesmo para te avisar que algo esta morrendo mesmo: nosso amor esta na UTI.
Morte lenta e silenciosa. Conheço o cheiro que ela tem, por isso afirmo com tanta convicção.
Os órgãos vitais desse amor já se encontram doentes. O coração não quer mais dar pulinhos de alegria quando te vejo. O cérebro não mais quer buscar soluções inteligentes para os nossos problemas... já os ferormônios estão sentados, entediados, em busca de alguma reação súbita de ocitocina.
Aquela sensação de medo, de perda, de ciúmes, agora estão aprisionados pela razão, não mais se manifestam como proteção. A boca perdeu a salivação, cansa em poucos beijos e se cala por não mais ser necessária em meio a tantos debates... achou-se repetitiva.
Não há motivos para grandes sensações. As borboletas do meu estômago deixaram de bater asas, parece uma estranha aberração da ciência, voltaram ao que eram: casulos... Nos vamos morrer!
Bem que eu tenho ensaiado um alerta, um aviso, um outdoor em neon. Tenho clamado pra que venha comigo, mas tem sempre você querendo o impossível, deixando esse amor com overdose, aplicando o inimigo tempo a todo sintoma de infecção. Crendo em um tempo infinito do qual eu não tenho forças pra suportar.
Na morte busca-se a culpa. A culpa do fracassado, o relapso do covarde, a ira do injusto... mas não vou cair nessa teia. Não deixarei que o fim seja como foi o meio. Alguma hora nessa historia eu sentirei a glória, que seja aqui! Aqui nesse fim.
Pensando bem morrerei ainda muitas vezes ate chegar 2025.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

REPENTE


E vai entrando como quem sabe o quer,
Vem chegando e sabe quem é.
E vai me olhando sem pudor
Me despindo com ardor...
Sem me contar de seus porquês
Sapateando e rodopiando
Vai me sugando e deixando
A saudade no corpo bailando.
Daquela que fui, vou sendo aquela que nem sei mais...
E me olho no espelho:
- Há mais alguém!
Há o teu corpo sem saídas
Me chamando pra entrar
Na tua dança de menino
Louco pra me amar.
E me arranca a mascara
Me bagunça os pêlos,
Não me dá brechas para sonhar
Já es meu sonho por inteiro.
E devagar vou sentindo
A terra toda rodar.
Devagar vou sentindo
O amor me tomar.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CASTELO FLORIDO


Era meu aquele castelo.
A cor dos girassóis reluzida nas paredes,
Portões largos e seguros
Guardavam meus grandes orgulhos.

O tempo passou com graça
Naquelas translúcidas vidraças espelhei meu mundo,
Daquelas grandes portas,
Abriu-se o meu futuro...

Olhando o presente, muitas vezes sorrindo engoli o choro.
Desculpe-me, meus amados,
A vida trás em seus ventos certos abalos.

Sempre me encanto com o irreal,
E tudo de fascinante habitava naquele castelo.
Sonhos erguidos em madeira e folhagem,
Sorrisos comprimidos em serragem.

Um dia tomaram-me aquela visão,
Fui morar em outros campos
Longe da fúria da ambição
Rindo apenas razão.

O cavalheiro e o seu mar azul
Mudaram-se das paredes de girassóis,
Precisavam conquistar outro lugar,
Outros tronos foram reinar.

E assim fiquei a observar,
Incrédula com a força do amor,
Com a veracidade do tempo,
Com o necessário passaporte de partida.

Olhos cor jambo e olhos cor mar
Concluíram os seus papeis
Deixaram-me um legado único e sensato,
Meus amores fiéis.

Por mais que eu não tenha tanto me esforçado,
Meus amados, sempre me presentearam
Lagrimas nunca rolaram
Aquelas doces almas me alegravam.

O que pode haver de mais valioso do que um sorriso?
Gargalhadas e risos,
Foi o que mais souberam fazer.
Amar e sorrir... Um castelo florido ergueram dentro de mim.
Eu e vocês...enfim!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

NUNCA O SUFICIENTE


Já havia falado por demais
Ou, talvez, não havia dito o suficiente...
Nunca sabia de que lado chegar primeiro.
Nunca o sentirá inconstante.
Também nunca aspirou se amante.

No momento anterior
Enamorar-se foi preciso.
Não era apenas mais um homem perdido,
Era homem envolto a mistério
Sagaz na carne e no espírito.
De um cintilante brilho no olhar,
De uma forma particular de se entregar.

Devia palavras,
E palavras seu coração já dizia:
_ “Palavras, espelhos d’alma...”
E o homem de barba cerrada
Tocava-lhe o pescoço sem vida.
Piegas, assim ele a sentia.

Já havia falado demais
Ou não havia dito o suficiente...
Assacou-lhe a sentimentalidade,
Encheu-lhe pavorosamente, com a realidade.

Não há amor, não há ódio.
Não há nada que um bom amante
Não disfarce com assaz ironia.
Beijou-lhe a boca: blasfemo do amor!
Arrancou-lhe a vestimenta: Apolo sem pudor!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

TEMPO: MEU CLICHÊ PREFERIDO


A vida é curta!
Quantas vezes já escutei esse clichê, fora as vezes que ele saiu da minha boca...
Ainda não assimilei a falta de tempo que há entre nós.
Ainda não consegui entender porque todos trabalham tanto enquanto a vida curta é esquecida.
Ainda não cresci o suficiente, ou não nasci no lugar certo?!
Pra que respostas, elas gastam tempo demais, um tempo precioso e fulgas.
Porem enquanto ainda usamos esse tempo para nos desgastarmos o melhor a fazer é perguntar e relaxar.
Procurar é sempre algo que arrumamos para gastar esse tempo, o tempo que reclamamos nunca dar tempo.
Haverá um dia, e talvez eu já não esteja aqui pra ver, que as pessoas vão se importar com que realmente é faz a diferença.
Por culpa de tanta pergunta talvez o mundo tenha chegado aonde chegou: preocupação demais com o irreal, nomeado erroneamente como realidade. Chegam a ter certeza de que já esta tudo indo bem, e chamam isso de modernidade.
Acordam cedo para trabalhar e se confortam com mais um clichê: “Deus ajuda quem cedo madruga”, e saem para luta, para a turbulência real de suas vidas mecanizadas.
Deparam-se com o extremo das coisas, com a falta de equilíbrio, pois agora faltam perguntas e sobram respostas.Não sabem em que acreditar!
O tempo é consumido e o resto do mundo esquecido.
Não falo do mundo a nossa volta e sim aquele mundo que quase ninguém ao se acordar lembrou-se de cuidar: o seu mundo interior.
Ou cuidam demais a ponto de se esquecerem dos demais, ou cuidam de menos a ponto de se perderem de si mesmos.
O tempo é a gente quem faz?
Não, sinceramente eu ainda não pude responder a essa pergunta e ainda não arrumei um clichê para me apegar, para me fazer ficar quieta e não pensar em como as coisas poderiam ser diferentes.
Particularmente, como um ser humano descartável que sou não sei fazer meu tempo.
Não sei quem foi, mas sei que tentou colocar muita razão em minhas perguntas, ao invés de fazer-me acreditar em meu coração.
Claro, acreditar no que não se vê, há muito tempo deixou de ser moda, mas nunca deixou de ser loucura.
Uma coisa eu creio que aprendi bem, escutar muita gente é se esquecer, e o tempo é curto demais.
Não vou passar esse tempo irrenovável, achando que me matando de trabalhar ou de me envolver demais em assuntos frívolos, frios e sem porquês, eu estarei contribuindo para minha passagem por aqui, porque não vou estar não.
Vou estar perdendo a minha melhor aventura, a minha maior chance que é estar vivo e poder fazer o que eu bem entender para ser feliz.
Eu quero a magia de me deitar a dois, de me gabar depois da minha escolha esquisita.
Quero ser estranha aos outros olhos se assim é que vou conseguir ser feliz, quero conhecer outros olhos e enraizar os meus nos dele.
Quero viver sem medo de o tempo me consumir, sem medo de ter que lutar pra conseguir muito dinheiro pra poder sorrir.
Quero viver com os detalhes e com a simplicidade de não ter que acordar e orar pra que o dia passe rápido, pois estar na posição de inimiga do tempo é perder sempre a batalha.
Quero amar sem medo, de ficar sozinha depois que o dia raiar,
A vida é minha, mas ela tem espelhos que me mostram o que de bom esta a me rodear... É deles que eu tenho que cuidar.
Não pretendo me perder em meio ao meu pouco tempo, sei que não vou viver muito, nem vou viver pouco, eu vou viver o tanto que devo para realizar o suficiente pra me agradar, pra te agradar, para agradar eles e elas para agradar a nós.
Quero sempre estar acompanhada para não precisar olhar no relógio, e perceber que deixei o meu tempo em cima de uma mesa cheia de papeis e problemas que nunca valem a pena ser resolvidos.
Quero olhar para as bocas e ver nascer sorrisos:
Os pagamentos para o meu escasso tempo perdido ou vivido.
Afinal de contas, toda essa falta de tempo é pra descobrir o que realmente somos... Esquecemos que temos a resposta dentro de nós mesmos. E não vamos achá-la enquanto não pararmos de nos gastar, de nos ocupar com o que não precisa de nossa atenção, de nos escondermos dentro das nossas aflições.
Sejamos nós mesmos...
Eu só preciso saber quem sou!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

COMO GIRASSÓIS


Eu não te peço perdão por te amar de repente
Meu amor é um velho conhecido seu.
Das noites que passei a emaranhar os teus pensamentos
Bebendo da tua boca o mais doce veneno.
Das horas que me iludi com tua chegada
Da triste partida dos teus passos, sempre em fuga.
Trago em mim a tardia melancolia
Dos que teimam a se revoltar com o fim.
E posso dizer que as lágrimas que deixo
Não trazem a graça fácil do seu perdão,
Que rotinamente tortura, surpreende e intriga,
Com um olhar enjeita qualquer fascinação.
Até tuas misteriosas palavras, raios de lata,
São sossego, são unção, um transbordar de emoção,
E eu com o coração só te peço que repouse
Sem fatalidade, compreenda os girassóis...
Flores desajeitadas e rústicas
Do tamanho desapropriado para um vaso
Se curvam em grau elevado apenas para contemplar os raios auto-suficientes do sol.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

AMOR REAL


Tenho dito, ando desanimada do amor.
Como de costume nas horas vagas trabalho como consultora amorosa de minhas amigas e de qualquer um que apareça em minha frente e sinta a vontade se abrir, com seus relacionamentos gangorra.
A margem de reclamação varia entre falta de atenção de seus parceiros ou ciúme e posse excessiva do homem na crise dos 30 anos.
Mulheres a beira de um ataque de nervos!
Escuto com atenção e vou diagnosticando ao longo das conversas muita falta de amor próprio, dependência psíquica, medo da solidão, morte da paixão e falta de experiência amorosa saudável. Não julgo, até mesmo porque, posso ter senso de liderança, mas não sou o melhor dos exemplos. Minha mãe sempre me pega nessas, me questiona dizendo que eu quem deveria estar arrumando minha vida amorosa ao invés de ajeitar as dos outros. Porém penso que a ordem dos fatores não altera o produto. Não é porque eu não tenha um homem bonito e amoroso ao meu lado, me bajulando e me escravizando com chamadas telefônicas com horários programados e me proibindo de sair com minhas amigas, que eu não possa servir de conselheira, afinal de contas, são apenas teorias de cunho social, bons livros de auto-ajuda e argumentos infalíveis. Isso tudo que se ganha fácil com algum tempo disponível entre um intervalo de trabalho e uma espera na cadeira do dentista.
Ando me equilibrando na linha tênue entre o amor racional,real e o desamor. Tantos relatos e decepções me fazem desacreditar na maneira em que esta sendo feito, no amor de novela, na espera de um cara simplesmente gentil... Antes se esperava um príncipe, hoje se espera muito pouco desses homens de auto-estima baixa. Será que o lirismo um dia existiu?
Ontem entre uma taça de vinho e uma reclamação, uma amiga, diga-se de passagem, casada, me contava com memória invejável, detalhes de sua discussão com o marido. Enquanto isso Deus Baco, me embriagava com notas sensuais de Syrah, e me fazia perceber coisas que não estavam explicitas naquela situação. Momento nirvana. Temos mesmo que amar assim? Não haveria um modo de escapar disso?
Caraca penso eu, com esse meu amor mal resolvido, vou vivendo, me desapegando a força do antigo ritual véu e grinalda. “ Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;”..Assim espero.
Cheguei a pré conclusão de que tudo começa no amor próprio. Culpar o próximo de sua obsessão e amor desmedido é cruel. É cruel para quem doa demais e cruel para quem recebe demais e se acomoda nessa relação fadada ao desastre.
Penso também que os opostos apenas se distraem e os iguais realmente se atraem; a paixão dura hormonalmente no corpo 360 dias e o que resta disto é o amor, aquele sentimento sem borborletas batendo no estomago, aquele sentimento que exige renuncia e paciência, e que a maioria de nos não tem noção o que seja isso na pratica. Amar sem interesse parece mesmo um exercício budista.
Crescimento difícil! Não vejo ainda outra saída: ou nos conhecemos melhor ou passaremos a vida frustrados, jogando a culpa em homens errados, que são frutos de nossas iludidas escolhas. Pé no chão e coração não!
Amar é muito bom, mas tem que começar no cérebro para depois atingir o coração. Como diz um velho amigo meu: isso são só diquinhas, coisinhas...quem quiser...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O QUADRO






Bela criatura
Feita em moldura
Pintura a óleo e a mão.
A caricatura
De um anjo pensativo
Cheio de desatino.
Os olhos cativam,
Duas bolas cor mel,
Poder em fel.
As palavras exalam
Bordadas de amor
Encantam o meu pavor.
Observo tal figura
Saindo da moldura
Me chamando pra amar.
Solto a imaginação,
Sinto falta... Subta paixão.
Estou amando a bela figura desde então.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Amor Bossa Nova



Hoje é um daqueles dias que invoco com uma musica e não quero mais parar de ouvi - lá. Também é um daqueles dias que não paro de pensar em você... Esses dias que sou capaz de jurar que a vida não faria sentido sem seu amor, onde imagino até mesmo um altar como paraíso pra nos dois.
Aí, daqueles dias que me pego sorrindo pra desgraça, que me amo mais do que deveria que posso sentir o amor escorrendo até mesmo nas lágrimas. “Why I’m in love now, I don’t know...” e é bom não saber. Naquele ritmo Bossa Nova by Manoel Carlos, calçadão, água de coco, vida ganha... Me recordando de uma vida que ainda não vivi. Remando o barco como manda a maré, você com olhos rasos, apertados por seu sorriso, pela falta de pele pra tanto sorriso. Eu com cabelos ao vento, com carão pro horizonte, um óculos autoconfiança, com pele dourada de quem saciou melanina em taça de champanhe. A gente só tem que navegar para o nada, pois navegar é preciso e viver não. Um pouco de nicotina no intervalo dessas sensações para ver se o sentimento se prolonga.
No próximo toque de telefone volta tudo ao normal. Eu me lembro que estou no escritório cuidando de problemas alheios enquanto escondo os meus na gaveta de chaves, chaves que só eu tenho, e o MSN me lembra o quão distante você esta de mim e nos estamos do mar da Bossa Nova.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Fight.





Com ar e coragem inflados no peito mantive o pensamento firme na questão. É isso mesmo, quero um murro! Daqueles dados sem palavras grossas de amor ao avesso, aquele do tipo seco e sem motivo pessoal, desferido apenas para machucar e abrir uma fixa cadastral no próximo posto médico. Descobri-me doente, estou com o letal tumor do TÉDIO;
“Classificação morfossintática: - (tédio) substantivo masc. Singular. Repugnância; aborrecimento; desconsolo; quando não se deseja estar sem fazer nada.”
Um murro seria um remédio para doer onde não se sente mais, para vibrar minhas cordas vocais, para repuxar os músculos do meu rosto ou quem sabe arrepiar os cabelos dos meus braços. Um murro na boca para acordar a gana, o faniquito, o desespero, a raiva. Toda essa gama de sentimentos que fazem com que corramos sem saber pra onde, para simplesmente saber que estamos vivos e salvos do nada, do breu. Um pouco de sangue, meu próprio corpo sentindo seu gosto, uma fome de mim mesma pra finalizar o drama, fechar a porta do labirinto escuro.
Quando se sabe doente se enxerga a ironia, todas as placas de sinalização na rua escrevem em símbolos a palavra tédio, toda revista tem estampada a foto de alguém com cara de cu, a guarda de transito boceja na faixa branca, o pedreiro cochila no andaime, tudo se torna tedioso.
Twittar poderia me salvar por alguns minutos – “What´s Happening”, aliás, é muito estimulante para quem sofre de “tediosidade aguda”. E no primeiro post: - “O tédio lhe chama a atenção para o fato de que você estagnou, parou de crescer e de ouvir”. E começa a luta: Tédio, por finalização. Luanda, por nocaute. Tédio, por pontos. Um murro na boca do estomago. Luanda vai à lona!
Um murro terrível. Impossível de perdoar, impossível de ser amor, impossível de continuar. Então agora vou dormir ao seu lado sem me preocupar com o fato de você ser meu, posso também desligar a TV, o celular, posso programar a próxima derrota, pois já levei o murro.
A dor abriu meus olhos, me curou do abismo do nada, das perguntas sem respostas, dos caminhos sem ida, da dúvida inerte, do tédio da impotência.
Eu tenho o que fazer com o que me entreter, vou curar a dor do murro.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Ontem eu chorei.



Ontem eu chorei.
Voltei pra casa, fui para o meu quarto, sentei na beira da cama. Chutei os sapatos, desabotoei o sutiã e caí no choro.
Quero que você saiba que eu chorei até meu nariz escorrer molhando a blusa de cetim que comprei na liquidação.
Chorei até minha cabeça doer tanto, que eu mal via a pilha de lenços de papel no chão aos meus pés.
Quero que você saiba que ontem eu chorei pra valer. Ontem, eu chorei por todos os dias em que estive ocupada demais, ou cansada demais, ou com raiva demais pra chorar.
Chorei por todas as vezes que desonrei, desrespeitei e desliguei meu Eu de mim mesma. Mas meu Eu se refletiu de volta pra mim quando os outros fizeram comigo as mesmas coisas que eu já fizera comigo mesma.
Chorei por todas as coisas que me foram roubadas, por todas as coisas que eu pedi e que não consegui receber, por todas as coisas que, depois de conquistar, eu dei a outras pessoas em circunstâncias que me deixaram vazia, gasta e exaurida.
Chorei porque realmente chega um momento em que a única coisa que nos resta é chorar.
Ontem, eu chorei.
Chorei, porque feri alguém. Chorei, porque fui ferida.
Chorei porque a ferida não tem pra onde ir senão até o mais fundo da dor que a causou, e quando chega lá a dor acorda você.
Chorei porque era tarde demais.
Chorei porque tinha chegado a hora.
Chorei porque minha alma sabia que eu não sabia que minha alma sabia tudo que eu precisava saber.
Chorei um choro espiritual ontem, e esse choro me fez muito bem. E me fez muito, muito mal.
Em meio ao meu choro, senti minha liberdade vindo, porque ontem, eu chorei sobre cada momento da minha vida.

terça-feira, 9 de março de 2010

Para Minhas Amigas

Se ao menos eu tivesse a doçura de tua voz... Tão estúpida é a minha.

Até que eu tenho ensaiado um progresso, cultivado uma serenidade que nunca condiz com minha maturidade. Mas vou até o fim!

Será que estive predestinada a ser toda ruim, toda austera e falastrona?!

Calar minha voz é como calar um rouxinol. A minha fala além de seu tom forte tem uma mania boba de ser ouvida, eu poderia falar as paredes, falar no chuveiro, falar pra dentro de mim... Arrogância que não me deixa enxergar no claro.

Pra nunca dizer que nunca tentei hoje falho.

Falho pra mostrar essa fraqueza que tantos tentam enxergar em mim. Tolice pensar que sou mesmo assim, ou que não sou nada disso, sou quem eu nunca pensei ser.

Duvido que não seja assim com vocês, o que hoje pouco me importa.

Decidi!

Agora começa a viver dentro de mim alguém que sempre vai se mostrar em minha cara, resolvi virar o barquinho de papel, testar sua fragilidade e sua clara impotência diante da realidade.

Teoricamente fui feliz, forte, mulher, bonita, chique, moderna, amigável, e inteligente. Sinceramente não sei de onde saiu tanta coisa.

Entendi que todas as respostas que procuramos estão bem debaixo do nosso nariz.

Entendi que você recebe do mundo aquilo que esta transmitindo, e isso me trouxe a vergonha de ser uma vitima do sistema.

Entendi que amar a mim mesma é me sentir viva e como toda pessoa que aprende a enxergar o obvio e apanha pra aprender a praticar toda essa teoria, cá estou eu na missão ingrata de transmitir isso a alguém através das palavras da mesma forma que eu fiz para aprender.

E já sei do resultado: não vai ajudar ninguém.

Talvez eu escreva mais para ter o prazer de informar que a teoria e a experiência alheia nunca levam as outras pessoas pra frente, pois quando alguém decide aprender através da experiência do outro, essa pessoa já esta velha demais e calejada para sentir a graça disso. Não se produziu ser capaz de aprender com o tombo do da frente... É preciso queimar a mão pra entender a capacidade do fogo.

Pode estar a aí a graça da vida, a explicação pela qual muitos perdem tempo e paciência nessa busca.

Sinceramente, é um saco achar o obvio.

Quando se cai na real de que a vida tem um preço fatídico e observado apenas nas alíneas e na dualidade das coisas, acaba-se morrendo pra nascer de novo.

Além de encarar a verdade traiçoeira, vê-se ridicularizado, emburricado e isso não traz sensação prazerosa ao coração.

Chega à hora de renovar o semblante e feliz daquele que sente a hora chegar.

Ganha a oportunidade de renovação, de segunda chance.

Informo assim que nasce em mim o prazer único e nem um pouco modesto de vencer!

Vencer! Assim, como as irmãs vitória e glória.

Assim como aquilo que fazemos por nossas próprias mãos.

O tempo me assustou há pouco, apesar ter sido apenas um gritinho não quero ter que escutar o berro.

Estou com comichão, vontade louca de enlouquecer, fugir das regras, poder agir como os grandes de coração fazem.

Fala sério, eu sei, o principio da publicidade me chama muita atenção sim. Não é à toa a noticia dada a vocês...

Adoro os holofotes, nunca os temi.

É que nem sempre tem graça dar notícias de coisas que se podem ver a olho nu e a presença de vocês me inspira, me traz paz, me traz a noção da qualidade de vida que tenho e que posso vir a ter. E claro traz publicidade ás minhas idéias estranhas.

Motivação tem a cara de todas nos juntas!

Seguindo a regra das minhas teorias, um muito obrigada... “Pra nunca dizer que não falei das flores”.

Sempre que o estado de felicidade, ou qualquer outro invadir vocês, divida isso com quem vale a pena rir da sua cara de boba!

Amooooooooooooooooooooooooooo...

Obs.: só me digam quem eu sou se for extremamente necessário.

Gosto da oscilação do meu espírito. Alma inquieta, ávida de amor.

quinta-feira, 4 de março de 2010



Dia de chuva. Me sinto com os cabelos arrepiados....coisa antinatural depois de uma sessão no cabeleireiro tentando fazer com que meus fios castanhos ficassem mais vistosos. Me enrolei toda em uma Pashimina cor de “burro fugido” para fugir de milhares de pingos entre meu carro e sua casa. Ai, como é desaforado!
Não rubra nunca ao me receber na soleira da porta como veio ao mundo. Até gosta. Tem um prazer mórbido em ver minha cara de pré-adolescente. Já sobi e desci aquele território tantas vezes e sempre parece a primeira vez. Você é tão vencedor, sabe a arte de provocar. O vento vinha recheado de água, aquela fria e bem direcionada para os meus fios de cabelo mais rebeldes. Vi uma vez na TV que correr em baixo da chuva molha mais do que andar sob ela. Sempre faço o percurso do meu carro pra sua casa me lembrando dessa regra e a quebro. Corro, corro numa ansiedade fulminante como se tudo fosse fugir se eu não corresse, como se você não fosse atender a porta por causa de um passo mais lento. Da garagem já abro a porta e o alivio vem quando a encontro destrancada, ontem não. Ontem chovia vento e foram longos 30 segundos de espera.
Vejo que sou tão fraca diante dos pingos gelados como sou diante do seu sorriso atrasado. A sua autoconfiança impermeável, aquela cordinha da alegria a qual você agarra porque tem medo do que se passa abaixo de seus pés. Eu já me acostumei com as poças... poças de lágrimas, de risos, de anúncios para grandes abismos. Vendo na soleira o corpo seminu me fez sentindo, você esta certo em exibir ao mundo tantos dentes e tão brancos. Como a mão que para o tempo eu senti um solavancar em minhas cadeiras e só me dei conta que os pingos haviam cessado quando, envolta em seus braços você já tinha me contagiado com loucura. Eu não sou louca, eu só não tenho pele para me proteger e quando você toca em mim eu sinto seus dedos e olhos e salivas deslizando por todos os meus órgãos. E você não pode entender o medo que isso me dá. Nem doar sangue posso porque não tenho peso e afinal fica eu aqui, com medo das horas, dos sons dos telefones, dos pingos na escova do meu cabelo. Me furto ás preocupações, surto com a alegria que futuramente possa sentir. É hora de ir encarar a chuva. Busco um guarda-chuva para amenizar a cara de pintinho molhado saindo do lixo da fazenda vizinha, e você me vem com mais essa: que você até tinha um, mas que eu já havia feito esse pedido e quando voltei com seu guarda-chuva ele estava quebrado. Devolvi estragado. Me falta fino trato. É pra acabá!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Nó de Lenço!

A tentativa inábil de hoje foi tentar fazer esse o nó deste lenço, se alguém quiser dar dicas... espero com ansiedade!
Cheguei...venha falar de coisas que você vê mas não acredita mesmo assim. Venha alimentar seu coração com palavras lindas e pensamentos confortantes.